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A Batalha por melhores Preços para os Videogames



Videogame não é um produto de luxo! Como mercadoria destinada às massas, seu preço é absurdo no Brasil. Nos Estados Unidos, na Europa, no Japão e no Canadá é muito mais fácil e acessível comprar um videogame de última geração. Mas aqui no nosso país a coisa está distorcida. Nesta postagem o GamesVida vai explorar argumentos do porquê o mercado de games deve ser incentivado e do porquê o preço dos games deve ser mais acessível. Todo o trabalho desse site é mostrar a riqueza do universo dos jogos eletrônicos em termos de Cultura, Jogo e Arte. Agora, quando uma nova geração de consoles se aproxima, os preços que chegam a 4.999 reais, mostram a realidade de um Mercado Gamer brasileiro que faz de tudo para crescer, mas é profundamente atrapalhado por nossos problemas políticos, sociais e econômicos.

QUEST: Contribuir com a luta por melhores preços para os Videogames. Para que os jogos eletrônicos sejam mais acessíveis. Uma das formas é reduzindo o imposto embutido nesses produtos. Neste momento propostas políticas estão sendo discutidas para abaixar o imposto sobre os consoles. Já houve tentativas anteriores, mas sem grande sucesso. O objetivo desta postagem é discutir essa questão de uma forma mais profunda.


PARA COMEÇO DE CONVERSA
Em primeiro lugar, não é só o Videogame, uma enorme quantidade de produtos é mais cara no Brasil. Buscar melhores preços para o mercado dos jogos eletrônicos é por extensão lutar por melhores preços para todos esses produtos que aqui pagamos muito mais caro. É o direito de usufruir melhor do nosso salário duro de trabalho, de ter mais poder de compra. Em segundo lugar, se é justo pagar imposto para serviços básicos públicos aos necessitados como saúde e educação gratuita, por que não se cobra mais dos muito ricos, milionários e bilionários brasileiros? Por que a maioria dos impostos cai sobre a classe média e a classe trabalhadora? Aqui falo de impostos considerados em proporção à renda. E por que isso quase nunca aparece nos debates? A remuneração dos trabalhos no Brasil é extremamente injusta, alguns ganham demais, outros de menos. Isso ocorre em todo o mundo, aliás, mas aqui é pior, uma das maiores desigualdades do mundo. Qual o problema de pagar mais imposto aquele que tem mais condições? Se for para proteger o cidadão de comunidades muito carentes que não tem nenhuma infraestrutura, então é justo que aquele que ganha mais, pague mais.


CULTURA
A riqueza da pesquisa cultural que muitas produtoras fazem para construir o universo de seus jogos é impressionante! A qualidade é tal que foi possível a este site criar cursos de História e de Política analisando games. Mas há muito mais, o material e as possibilidades são tão grandes que muitos outros assuntos e áreas da Educação poderiam ser explorados. Para produzir o universo dos gigantes da indústria de games especialistas são consultados, uma grande equipe é montada, muita dedicação, carinho e trabalho são empregados. O resultado é um mundo virtual que pode ser explorado de diversas formas. Em que o cenário, as criaturas, os personagens e os objetos, todos esses elementos compõem uma imaginação única, que só essa mídia é capaz de trazer. Os videogames, assim como o cinema, a internet, a televisão apresentam algo que é só deles. Enquanto as outras mídias já são amplamente reconhecidas, por enquanto o lugar dos videogames ainda é negado.

Mas eles apresentam um potencial enorme, e esse potencial é cada vez mais explorado a cada geração de consoles e computadores. Os games apresentam imagem, som, movimento, tudo combinado, e não só isso. Porque além de todas essas características que o cinema e a TV também têm, eles operam uma fusão com algo que não estava tradicionalmente no reino das Artes: o Jogo. Eles são uma fusão de diversas mídias das artes clássicas e modernas mais o Jogo. Não apenas a interação, mas Jogo. Cheio de possibilidades, estratégia, tática, raciocínio, ação, preparação, adaptação e administração de recursos. Um jogo muito bem desenvolvido.

Cobrar preços exorbitantes para consoles cuja finalidade é serem produtos acessíveis às massas é simplesmente excluir uma enorme parcela da população brasileira dessa riqueza cultural. O acesso à Cultura não é um privilégio, mas um direito. Cobrar preços abusivos é aumentar a distância entre os que podem pagar e os que não podem. É por meio de um imposto injusto taxar uma mercadoria que deveria ter sua complexidade de Jogo e de Cultura reconhecida. Uma mercadoria que deveria ser mais acessível. Cujo propósito é ser um produto de fácil acesso para as massas. E não uma mercadoria acessível apenas para a elite econômica.


TRABALHO E FELICIDADE
O brasileiro trabalha duro praticamente todo dia. A imensa maioria não ganha muito. Às vezes nos esquecemos de que nosso objetivo na vida é viver bem e viver feliz. Temos tantos problemas, mas como brasileiros, amamos nos divertir e dar risada. Uma das nossas paixões é o esporte e o jogo. Temos talento natural para isso, em tantas competições esportivas nos destacamos, não só no futebol. Faz parte da identidade do brasileiro amar o jogo e torcer. Como trabalhadores que a cada dia sofrem tantas injustiças, muitas das quais mazelas com profundas raízes históricas e outros sofrimentos criados no presente, nós queremos que no nosso tempo de folga tenhamos motivos para sorrir, nos entreter, divertir e dar risada. Queremos que nosso dinheiro ganho no trabalho valha mais. E que não seja de forma injusta consumida por impostos para um governo ineficiente. E que francamente, nas últimas eleições, não sabemos se escolhemos o ruim, ou o pior.

O imposto deve ser cobrado de acordo com a renda. Será que para aquele que ganha 3.000, taxar 300 reais de imposto é a mesma coisa do que para aquele que ganha 300.000 taxar os mesmos 300 reais? E que dirá aquele que ganha 3.000.000 ser taxado os mesmos 300 reais? Será que pesa da mesma forma em seu rendimento? De forma alguma, o tributo no Brasil é extremamente injusto! Que se taxe de acordo com a renda. Que se incentive a produção, o consumo e os serviços. Que se taxe mais aquela riqueza que não oferece nada à sociedade. Que apenas serve ao seu proprietário sem contribuição nenhuma à comunidade. Precisamos discutir mais isso, porque está na raiz de nossos problemas sociais e é falado muito pouco.

A justiça na cobrança de impostos está na medida em que socorre os necessitados brasileiros que de outra forma não conseguiriam nem se alimentar. Outros serviços básicos como saúde e educação também são estratégicos para o desenvolvimento do Brasil. Há ainda a burocracia que faz o Estado funcionar. Tudo isso deve ser debatido democraticamente. Porém o que se coloca é que a tributação é injusta porque pesa de forma desproporcional no bolso do contribuinte. E por que torna muito mais caro um produto que não precisava custar tanto. No nosso caso, os videogames, mas como dito, uma imensa quantidade de outras mercadorias. Outra questão fundamental, do ponto de vista da gestão do governo, é que não se trata apenas da quantia gasta, mas da eficiência do gasto. Fazer uma dada quantia ser mais bem aplicada. Portanto, uma questão que deve ser colocada é: como gastar de forma mais estratégica o rendimento dos impostos para melhorar o Brasil?


POR UM BRASIL MELHOR
Nós que amamos os jogos eletrônicos também somos cidadãos. E como cidadãos nós temos direitos e deveres. Cumprimos nosso dever de trabalhar. Temos o direito de viver em uma sociedade que nos favoreça. Quando compramos um produto muito além do que ele deveria por justiça custar, estamos sendo lesados, pode-se dizer até mesmo roubados. Se nós podemos entender que o Estado possui funções necessárias e precisa de recursos para funcionar, também entendemos que a forma como a máquina estatal brasileira opera e se mantém não é justa e nem adequada. Precisamos discutir o Estado. Porque ele está não somente na injustiça da tributação dos jogos eletrônicos e de tantos outros produtos, mas também nos problemas sociais que invadem a nossa vida.

Reforma Tributária, uma discussão e revisão do sistema de cobrança de impostos no Brasil é algo que já passou da hora de ser realizada. Era para ser feito, mas não foi! As conquistas dos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula estão correndo por água abaixo porque não tocaram nos problemas mais profundos do país. Fizeram mudanças apenas na superfície sem tocar nas raízes estruturais de nossas injustiças sociais. Não havia como manter as conquistas desses governos sem enfrentar corajosamente esse quebra-cabeça. Provavelmente os governos anteriores não tocaram nesse assunto para não incomodar gente poderosa ou para não perder o rebanho eleitoral. Era preciso fazer uma ampla campanha e uma ampla discussão sobre esse assunto. Isso não foi feito, e quem sofre até agora é o povo trabalhador.


VIDEOGAME E ECONOMIA
Fazer justiça abaixando um preço, que por causa dos altos impostos é abusivo, pode trazer muitos benefícios à Economia do Brasil. Consumidores mais satisfeitos, lojistas vendendo mais, empregos para aqueles que trabalham com Videogames. Grandes empresas multinacionais adentrando em nosso país e contribuindo com a economia brasileira. Produtores nacionais incentivados e trabalhando em melhores condições. Da parte do Estado, cobrar um imposto mais justo é central para o florescimento desse mercado. Em termos de emprego, satisfação, fluxo de capital. É possível até mesmo que um volume maior de vendas como resultado de preços mais baixos acabe no seu conjunto gerando mais arrecadação de impostos.

Existe no Brasil uma enorme demanda para esse mercado. Jogos eletrônicos fazem parte da paixão de muitos brasileiros de todas as classes sociais, gêneros, etnias e gerações. Como dito, o brasileiro ama jogo, inclusive o jogo eletrônico. Muitos brasileiros não têm condições de comprar os videogames, o pouco que conseguem, bloqueados pelos preços abusivos, é assistir alguns vídeos do game no Youtube. Um preço mais justo certamente faria com que a enorme procura por games fosse mais contemplada. A demanda por games é gigante, o problema são os altos impostos que prejudicam muito a geração de uma oferta mais justa para esses produtos. Fazer de forma sábia com que essa grande demanda encontre uma oferta com preços mais acessíveis é uma forma de movimentar muito um segmento da economia com enorme potencial para ajudar o Brasil.


FINISH IT!

Essa postagem apresentou argumentos para defender preços mais justos e acessíveis para os Videogames. O GamesVida tentou trazer a discussão de uma forma profunda. Abordando a importância dos games em termos de Cultura, como mídia que apresenta características que são apenas dela, única. Com enorme potencial já realizado e ainda por realizar. A questão dos games foi colocada no contexto mais amplo da injustiça do sistema tributário brasileiro. E dessa forma colocado junto aos outros problemas políticos, sociais e econômicos do nosso país. O amor do brasileiro pelo jogo também foi argumentado como elemento definidor da nossa identidade. O trabalho e o direito aos frutos da nossa labuta também foram evocados para legitimar a luta para fazer nosso dinheiro valer mais, e não ser tomado por impostos injustos. Ademais a própria felicidade, como nosso objetivo último de vida, foi mencionada para mostrar que o universo dos games não é algo superficial, mas um elemento que povoa nossos sonhos, nossa imaginação, nosso motivo para continuar lutando diante de tantas injustiças nesse mundo. Afinal estamos nesta vida não apenas para viver simplesmente, mas para viver bem!

A batalha por melhores preços continua...


[GAME OVER]

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