Conexões entre o próximo Call of Duty e o mundo real: PMC e a chamada guerra americana contra o terrorismo!
MISSÃO: O objetivo desse texto é explicar alguns pontos importantes nesse vídeo que vão fazer parte do drama do próximo Call of Duty. E fazer uma conexão com a nossa realidade.
O vídeo começa revelando que no próximo Call of Duty o exército mais poderoso será uma corporação! Em seguida coloca a questão: Será que isso pode acontecer na realidade?
O que isso significa? O que muda se o exército mais poderoso for uma corporação ao invés de uma nação?
Hoje o exército mais poderoso é o dos Estados Unidos. Porém um fenômeno real vem acontecendo. Como mostra o vídeo, soldados de elite norte-americanos estão deixando as forças armadas americanas para fazer parte de corporações. Como a Blackwater, no vídeo à partir dos 0:48 segundos começa a falar Erik Prince, o fundador dessa corporação/PMC. A Blackwater, ou Academi, é por muitos conhecida como a empresa de mercenários mais poderosa do mundo. Ela atuou, por exemplo, na guerra contra o terror após os atentados de 11 de setembro de 2001 no Iraque e no Afeganistão. Sua sede fica em Moyock na Carolina do Norte.
Mas por que soldados de elite norte-americanos estão deixando as forças armadas americanas? O motivo da mudança é justamente o que vai dar nome ao vídeo: SUPERPOWER FOR HIRE que eu vou traduzir como SUPERPODER À VENDA. O motivo principal segundo o vídeo é que essas corporações pagam muito mais!
AINDA AMERICANOS: Embora não façam mais parte do exército oficial dos EUA, esses soldados ainda respondem a interesses norte-americanos. É nesse sentido que o fundador da Blackwater, Erik Prince, afirma: "Nós tentamos fazer pelo aparato de segurança nacional o que o FEDEX fez pelo serviço postal." O FEDEX foi e ainda é um serviço fundamental de postagem/correio dos EUA. Ou seja, a Blackwater é tão fundamental para a segurança nacional americana quanto o FEDEX foi para o serviço de correios. Assim a justificativa da Blackwater é que ela defende o seu país dos terroristas! Defende a segurança nacional.
ADAPTAÇÃO À GUERRA: As corporações pagam muito mais do que o exército oficial dos EUA mas não é só isso que está fazendo soldados de elite americanos deixarem o exército para fazer parte das corporações. Outro ponto importante é que as corporações se adaptam melhor à guerra! (no caso guerra contra o terror). São mais eficientes militarmente porque empregam os melhores soldados, com a melhor tecnologia e sem responder aos mesmos entraves éticos, morais e burocráticos a que respondem o exército oficial. Os EUA respondem aos crimes de guerra do seu exército. Muitas vezes você, gamer, já viu nos jornais o presidente dos EUA ou um porta-voz da Casa Branca fazer declarações sobre a atitude do seu exército. Com as corporações a coisa é diferente. Porque elas não estão diretamente ligadas ao governo. E isso é muito sério porque corporações como a Blackwater são acusadas de muitos crimes de abuso da força e violações dos direitos humanos. Estão envolvidos em vários escândalos. Agora eu quero que você leia de novo o que Erik Prince disse para entender a problemática da coisa: "Nós tentamos fazer pelo aparato de segurança nacional o que o FEDEX fez pelo serviço postal." Novamente, tenta-se justificar a violação dos direitos humanos no argumento de que a guerra é contra o terrorismo! (Aliás o que é a guerra contra o terrorismo?)
A GUERRA COMO NEGÓCIO: As corporações, essas novas forças militares, são comandadas por uma quantidade muito grande de dinheiro. (nome do vídeo: SUPERPODER À VENDA). É verdade que nas guerras do mundo capitalista (sistema em que você vive gamer!) as guerras sempre foram fortemente vinculadas a somas incríveis de grana. Mas há mudanças no novo século, XXI, a guerra agora parece ser menos política e mais negócio. E eu não sei qual dos dois é pior! A indústria diretamente relacionada à guerra, quero dizer compra, venda e produção de armamento, investimento em tecnologia militar, financiamento do combate, controle de pontos estratégicos, o ramo da economia relacionado à guerra é um dos mais poderosos do mundo. E ainda tem o fenômeno da chamada guerra ao terror. Segundo o cientista político P. W. Singer, entrevistado no vídeo, os PMC cobrem todo o espectro da guerra . Ou seja, estão atualmente envolvidos em vários conflitos mundo afora. Na verdade há muitas perguntas sem resposta sobre essas corporações/PMC. Elas são temas recorrentes nos games. Aparecem por exemplo em Metal Gear Solid IV: Guns of The Patriots, em vários outros jogos em que você controla mercenários e vão vir com força total no próximo Call of Duty.
QUEM SÃO? É exatamente a pergunta de David Sanger, correspondente do New York Times (vídeo aos 3:04): "Uma grande preocupação é para quem exatamente essas PMC trabalham?". Quem regula essas PMC? Já sabemos que corporações como a Blackwater servem a interesses americanos mas quem está por trás disso tudo. Ou quem é a pessoa ou o grupo que financia essas corporações? Falar por exemplo o governo americano para a Blackwater é muito genérico. Quem no governo americano? E as outras PMC? Dentro dos EUA há diversos grupos com interesses opostos. Assim como no Brasil cada um pensa uma coisa lá também é assim. Existem vários grupos com interesses diversos. No século passado a questão era mais clara: o exército alemão serve à Alemanha. O americano aos Estados Unidos. O francês à França. Agora, no século XXI, os agentes por trás das PMC estão muito mais escondidos.
Segundo o vídeo as corporações/PMC contam com um número de combatentes que cresce muito rápido. São financiadas por somas assustadoras de dinheiro. E são regidas por poucas regras. E estão crescendo cada vez mais. O que acontecerá se essas corporações saírem do controle? Esse é o drama, o conflito do próximo Call of Duty que se passará no ano de 2054. É esperar para ver como a Sledgehammer Games vai temperar todo esse drama. Como será o drama emocional dos personagens vivendo nesse contexto? E é assim que a Activision pretende um jogo tão comentado quanto o Game of Thrones. Já é quase certo que Call of Duty repetirá o mesmo fenômeno do gameplay da série, com mudanças futuristas. Mas e quanto à história, ao drama, à emoção, será que eles vão conseguir? Será que Kevin Spacey será um vilão memorável para a série ou depois de terminar o jogo será simplesmente esquecido? Também já se sabe que um atentado no jogo, história do game, fará um paralelo com os eventos dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. A Activision quer que o drama do game seja um dos assuntos mais comentados mundo afora.
E assim termina o vídeo:
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SOBRE AS GUERRAS NO MUNDO REAL E NOS GAMES: É difícil de acreditar que na realidade os EUA possam ser ameaçados por uma PMC. Lembre-se a empresa que está produzindo o jogo é americana e pretende dialogar com a realidade deles. Esse vídeo foi alvo de piada de muitos americanos em comentários do Youtube que acharam graça com essa suposição. Bom, vamos ver como isso será mostrado no jogo. Na vida real os PMC são um assunto sério, como escrevi nesse texto. Mas o assunto é muito complexo e espinhudo. Há livros inteiros e centros de pesquisa mundo afora que estudam o assunto. Nesse texto eu apenas falei de alguns pontos para você começar a entender do que se trata o novo Call of Duty. Esse é apenas meu primeiro texto sobre as conexões entre as guerras no mundo real e nos games. É uma tentativa do GamesVida de relacionar os games com a nossa vida! Eu vou voltar ao assunto e comentar também outros jogos. Sobre guerras e outros assuntos relacionados à nossa vida.
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ALGUNS LINKS SOBRE O ASSUNTO:
Para uma breve descrição da Blackwater na wikipedia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Academi
Para uma matéria crítica sobre o treinamento de policiais militares brasileiros para "atividades antiterroristas" na Blackwater no Jornal do Brasil:
http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2014/04/22/o-brasil-e-os-mercenarios-da-blackwater/
Para o site da Blackwater:
Vá procurar no google! não quero colocar o link aqui no blog pois tenho medo deles. (rs)
Link de um livro fundamental sobre os PMC:
http://www.pwsinger.com/books_corporate.html
Site oficial do Call of Duty:
http://www.callofduty.com/
[GAME OVER]
O que isso significa? O que muda se o exército mais poderoso for uma corporação ao invés de uma nação?
Hoje o exército mais poderoso é o dos Estados Unidos. Porém um fenômeno real vem acontecendo. Como mostra o vídeo, soldados de elite norte-americanos estão deixando as forças armadas americanas para fazer parte de corporações. Como a Blackwater, no vídeo à partir dos 0:48 segundos começa a falar Erik Prince, o fundador dessa corporação/PMC. A Blackwater, ou Academi, é por muitos conhecida como a empresa de mercenários mais poderosa do mundo. Ela atuou, por exemplo, na guerra contra o terror após os atentados de 11 de setembro de 2001 no Iraque e no Afeganistão. Sua sede fica em Moyock na Carolina do Norte.
Mas por que soldados de elite norte-americanos estão deixando as forças armadas americanas? O motivo da mudança é justamente o que vai dar nome ao vídeo: SUPERPOWER FOR HIRE que eu vou traduzir como SUPERPODER À VENDA. O motivo principal segundo o vídeo é que essas corporações pagam muito mais!
QUATRO POLÊMICAS
AINDA AMERICANOS: Embora não façam mais parte do exército oficial dos EUA, esses soldados ainda respondem a interesses norte-americanos. É nesse sentido que o fundador da Blackwater, Erik Prince, afirma: "Nós tentamos fazer pelo aparato de segurança nacional o que o FEDEX fez pelo serviço postal." O FEDEX foi e ainda é um serviço fundamental de postagem/correio dos EUA. Ou seja, a Blackwater é tão fundamental para a segurança nacional americana quanto o FEDEX foi para o serviço de correios. Assim a justificativa da Blackwater é que ela defende o seu país dos terroristas! Defende a segurança nacional.
ADAPTAÇÃO À GUERRA: As corporações pagam muito mais do que o exército oficial dos EUA mas não é só isso que está fazendo soldados de elite americanos deixarem o exército para fazer parte das corporações. Outro ponto importante é que as corporações se adaptam melhor à guerra! (no caso guerra contra o terror). São mais eficientes militarmente porque empregam os melhores soldados, com a melhor tecnologia e sem responder aos mesmos entraves éticos, morais e burocráticos a que respondem o exército oficial. Os EUA respondem aos crimes de guerra do seu exército. Muitas vezes você, gamer, já viu nos jornais o presidente dos EUA ou um porta-voz da Casa Branca fazer declarações sobre a atitude do seu exército. Com as corporações a coisa é diferente. Porque elas não estão diretamente ligadas ao governo. E isso é muito sério porque corporações como a Blackwater são acusadas de muitos crimes de abuso da força e violações dos direitos humanos. Estão envolvidos em vários escândalos. Agora eu quero que você leia de novo o que Erik Prince disse para entender a problemática da coisa: "Nós tentamos fazer pelo aparato de segurança nacional o que o FEDEX fez pelo serviço postal." Novamente, tenta-se justificar a violação dos direitos humanos no argumento de que a guerra é contra o terrorismo! (Aliás o que é a guerra contra o terrorismo?)
QUEM SÃO? É exatamente a pergunta de David Sanger, correspondente do New York Times (vídeo aos 3:04): "Uma grande preocupação é para quem exatamente essas PMC trabalham?". Quem regula essas PMC? Já sabemos que corporações como a Blackwater servem a interesses americanos mas quem está por trás disso tudo. Ou quem é a pessoa ou o grupo que financia essas corporações? Falar por exemplo o governo americano para a Blackwater é muito genérico. Quem no governo americano? E as outras PMC? Dentro dos EUA há diversos grupos com interesses opostos. Assim como no Brasil cada um pensa uma coisa lá também é assim. Existem vários grupos com interesses diversos. No século passado a questão era mais clara: o exército alemão serve à Alemanha. O americano aos Estados Unidos. O francês à França. Agora, no século XXI, os agentes por trás das PMC estão muito mais escondidos.
CALL OF DUTY: ADVANCED WARFARE
Segundo o vídeo as corporações/PMC contam com um número de combatentes que cresce muito rápido. São financiadas por somas assustadoras de dinheiro. E são regidas por poucas regras. E estão crescendo cada vez mais. O que acontecerá se essas corporações saírem do controle? Esse é o drama, o conflito do próximo Call of Duty que se passará no ano de 2054. É esperar para ver como a Sledgehammer Games vai temperar todo esse drama. Como será o drama emocional dos personagens vivendo nesse contexto? E é assim que a Activision pretende um jogo tão comentado quanto o Game of Thrones. Já é quase certo que Call of Duty repetirá o mesmo fenômeno do gameplay da série, com mudanças futuristas. Mas e quanto à história, ao drama, à emoção, será que eles vão conseguir? Será que Kevin Spacey será um vilão memorável para a série ou depois de terminar o jogo será simplesmente esquecido? Também já se sabe que um atentado no jogo, história do game, fará um paralelo com os eventos dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. A Activision quer que o drama do game seja um dos assuntos mais comentados mundo afora.
E assim termina o vídeo:
Uma nova era de Call of Duty está chegando!
SOBRE AS GUERRAS NO MUNDO REAL E NOS GAMES: É difícil de acreditar que na realidade os EUA possam ser ameaçados por uma PMC. Lembre-se a empresa que está produzindo o jogo é americana e pretende dialogar com a realidade deles. Esse vídeo foi alvo de piada de muitos americanos em comentários do Youtube que acharam graça com essa suposição. Bom, vamos ver como isso será mostrado no jogo. Na vida real os PMC são um assunto sério, como escrevi nesse texto. Mas o assunto é muito complexo e espinhudo. Há livros inteiros e centros de pesquisa mundo afora que estudam o assunto. Nesse texto eu apenas falei de alguns pontos para você começar a entender do que se trata o novo Call of Duty. Esse é apenas meu primeiro texto sobre as conexões entre as guerras no mundo real e nos games. É uma tentativa do GamesVida de relacionar os games com a nossa vida! Eu vou voltar ao assunto e comentar também outros jogos. Sobre guerras e outros assuntos relacionados à nossa vida.
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ALGUNS LINKS SOBRE O ASSUNTO:
Para uma breve descrição da Blackwater na wikipedia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Academi
Para uma matéria crítica sobre o treinamento de policiais militares brasileiros para "atividades antiterroristas" na Blackwater no Jornal do Brasil:
http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2014/04/22/o-brasil-e-os-mercenarios-da-blackwater/
Para o site da Blackwater:
Vá procurar no google! não quero colocar o link aqui no blog pois tenho medo deles. (rs)
Link de um livro fundamental sobre os PMC:
http://www.pwsinger.com/books_corporate.html
Site oficial do Call of Duty:
http://www.callofduty.com/
[GAME OVER]
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