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A CAPACIDADE DE COMPARTILHAR A IMAGINAÇÃO



Jogos como Mass Effect ou Skyrim são muito mais do que enfrentar inimigos apertando botões num controle ou mouse e teclado. Esses jogos trazem um imenso universo a ser explorado. Um universo que foi cuidadosamente imaginado por uma enorme equipe de desenvolvedores que capricharam para criá-lo. Imagine o trabalho empregado em cada criatura desses jogos. Imagine a conversa do produtor e do diretor com o programador e o designer para definir o aspecto gráfico de cada ambiente, criatura e personagem.



CADA DETALHE


Em um game de qualidade, cada cenário, cada criatura, cada item deve compor um conjunto harmonioso. Em Dark Souls, por exemplo, as armas que você carrega combinam com os ambientes sombrios, sinistros. Até mesmo uma floresta em Dark Souls tem algo de fantasmagórico, uma penumbra e um nevoeiro medonho que combinam com a proposta hardcore do game seguida pelo lema: “Prepare-se para morrer!”. Em Dark Souls você se deslumbra com ambientes belos e fascinantes, mas ainda assim ameaçadores, como a Caverna de Cristal por exemplo. Um ar de mistério ronda o jogo sempre acompanhado do medo da morte e de perder as almas conquistadas e as humanidades. Agora pense nos inimigos, eles não são exatamente as criaturas perfeitas para esse universo?





NÃO SERIA LEGAL


É claro que não seria apropriado colocar o Mario da Nintendo com o Yoshi de chefão em Dark Souls. E nem correr atrás de cogumelos para ganhar equipamentos (kkk). Estou falando isso para você comparar com um jogo completamente diferente e perceber o quanto de trabalho que os caras de Dark Souls tiveram para deixar o jogo nesse clima darkness. Tudo tem que ser apropriado, combinar. Todos os elementos de Dark Souls combinam em Dark Souls e servem para esse jogo.


IT'S ME!


Por falar em Mario, os elementos do Mario são outros. São jogos completamente diferentes. Em Mario os detalhes do cenário, os itens, os personagens e os inimigos são todos supercoloridos, numa cor viva. Cada aspecto do Mario tem uma magia própria que encanta os fãs. E não somente o aspecto gráfico, mas também o áudio, as músicas e os efeitos de som são muito animados, combinam com o jogo. E a jogabilidade também faz parte disso e é gostoso de jogar. Estou querendo dizer que um bom jogo é feito nos detalhes. Mario tem seus próprios detalhes e Dark Souls tem os seus. Usei dois jogos muito diferentes para tentar mostrar o quanto cada um desses jogos é único e tem seus próprios detalhes. Os detalhes de que eu falo não são somente gráficos – cada parte do cenário, inimigos, itens e personagens – mas também o som, a jogabilidade e também a história.




A IMAGINAÇÃO DO CRIADOR


Já parou para pensar que esse trabalho (um jogo) foi imaginado um dia por alguém? Esse alguém passou para uma equipe e essa equipe se empenhou em concretizar isso em um jogo que é jogado por você. É isso que eu chamo de “A Capacidade de Compartilhar a Imaginação”. Um dia Fumito Ueda imaginou Shadow of the Colossus. E um dia Hideo Kojima imaginou Metal Gear Solid. Antes do jogo vem a ideia do jogo, de como vai ser. Alguém imagina. Se tiver condição uma equipe produz e você joga. É uma forma de compartilhar a imaginação. [Talvez compartilhar não seja bem o termo porque esses jogos custam dinheiro e o termo compartilhar sugere algo gratuito. Mas vale mesmo assim].


INVASÃO ALIENÍGENA


O fato é que acabamos por participar do universo criado por uma equipe. A equipe dos nomes das pessoas que aparecem quando rolam os créditos. Por exemplo, Crysis 2. Através desse jogo somos transportados pelo aparelho para uma Nova York devastada por alienígenas. Combatemos humanos e alienígenas com uma roupa que pode nos tornar invisíveis, blindados ou superfortes. Nossa vida pacata e simples se torna uma aventura ao segurar um controle ou um mouse e teclado. Fazemos parte de uma catástrofe alienígena combatida por um supersoldado, uma máquina de guerra, a roupa com nanotecnologia, tudo isso imaginado pela Crytec que produziu o jogo.



A CIDADE NAS NUVENS


E quem disse que uma cidade não pode voar? Em Bioshock Infinity a cidade flutua a quilômetros da superfície. E mais do que isso, a genética é manipulada para criar armas mais poderosas do que a pólvora. Mas os perigos da manipulação genética transformam o sonho em caos. Na cidade que alcançou a maior proeza tecnológica da humanidade reina a loucura.



O MAL


Os games são território da imaginação e da fantasia. Como em Diablo 3 em que os senhores do inferno ameaçam o mundo. Os mortos se levantam. Entes queridos que foram enterrados voltam como zumbis para perturbar os vivos. Os caprinos viram caprinos diabólicos. Mesmo fantasmas que descansavam em paz são torturados até mesmo na morte. Legiões de demônios invadem o mundo. Os anjos viram as costas para a humanidade. Apenas um tem compaixão e renuncia aos privilégios de ser anjo transformando-se em mortal e lutando ao lado da humanidade.



FINISH IT!


Bom. Para concluir meu caro gamer digo apenas o que você já sabe. Games são muito mais do que um aparelho ligado a uma TV. São uma forma de compartilhar a imaginação e uma porção de coisas a mais. Pode ser que os seus pais ou a sua namorada ou até sua mulher não entendam, ou seu marido ou namorado se você for uma gamer. Mas o que jogamos é muito mais do que ver imagens passando e ficar apertando alguns botões. Voltarei nesse assunto em um próximo texto com mais argumentos.



[GAME OVER]


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